quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Transformações do Trabalho

INTRODUÇÃO

Ao se investigar o sentido do trabalho, no contexto da Educação Profissional voltada para a cidadania, é necessário um retorno às suas origens quando o homem trabalhava de forma conjunta com seus pares. A partir dessa forma primitiva de se educar, trabalhar e educar, transformações ocorreram na sociedade e, em consequência, nos processos, divisões e formas de compartilhar as ações produtivas. Com a divisão de classes, surgindo as primeiras formas do capitalismo, os homens passaram a compor, por um lado,  o grupo dos proprietários e por outro, o grupo dos desafortunados que nada possuíam além de sua energia potencial a ser vendida para sua sobrevivência. Com o advento das grandes revoluções, a exemplo da Francesa e da Industrial, os meios produtivos foram evoluindo e as relações de trabalho tornando-se mais precárias, em virtude da exploração da mão de obra. Nesse ínterim, a educação formal para o trabalho se resumia às escolas dos artífices cujos mestres ensinavam o ofício aos aprendizes e lhes recompensava com casa e comida. A escola formal era destinada aos membros da elite que se instruíam para serem gestores e/ou intelectuais. No início do Século XX o modelo de organização do trabalho implantado nas indústrias Ford, com base nos princípios de Taylor caracterizou um dos momentos das lutas de classe.  Com a crise na década de 70, novas formas de produção tiveram que ser buscadas e novos perfis dos trabalhadores que a partir de então necessitavam ser polivalentes e não mais um autômato nas linhas de produção fordista. A crise do petróleo e das contradições próprias do capitalismo afetaram o mundo inteiro e o mesmo ocorreu no Japão, cuja taxa de crescimento econômico havia caído a nível zero e foram inúmeras empresas que sofreram impactos. Entretanto esse impacto não refletiu da mesma forma na Toyota Motor Company, devido ao modelo idealizado pelo Engenheiro Taiichi Ohno que já o desenvolvia desde o pós II Guerra. O Toyotismo como ficou conhecido o modo de produção japonês, foi idealizado para eliminar totalmente o desperdício e superar o paradigma de produção em massa americano. Esse sistema se fundamentou em dois pilares: o Just-In-Time (JIT) e a autonomização com um toque humano (OHNO, 1997).  O Toyotismo influenciou e ainda influencia os modos de produção capitalista, uma vez que novas habilidades são exigidas do profissional que precisa atender de forma polivalente e politécnica ao novo formato empresarial, o capital intelectual recebe novos valores nos ativos das empresas e, nesse contexto a educação profissional assume posição essencial na era do conhecimento. Com a necessidade de suprir as empresas, com mão de obra qualificada a educação profissional assumindo papel  importante, uma vez que a sociedade de consumo contemporânea impõe que tudo circule em sua volta, em especial o trabalho e considerando a centralidade do trabalho na vida humana e da maneira que este atravessa as expectativas, as necessidades, a identidade e subjetividade do trabalhador, atualmente a formação do trabalhador tem se desenhado numa construção de valores que influenciam os aspectos sociais, culturais, educacionais, políticos e econômicos.  Através de programas estabelecidos     via políticas públicas educacionais, tais como Pronatec, medidas educativas baseadas no trabalho como princípio educativo vêm sendo implantadas nas escolas públicas, com objetivo de atender à demanda e assim evitar o total “apagão” por mão de obra qualificada.
                  












2 – DESENVOLVIMENTO


O sentido do trabalho para a cidadania apoia-se na premissa da educação como princípio educativo e este considera a premissa de que o trabalho é o meio essencial para apreensão do conhecimento em sua totalidade.
Nem sempre o trabalho teve essa conotação, de princípio educativo, embora sempre tenha estado atrelado à educação, em face de que o homem, desde os seus primórdios, trabalha e educa e ao trabalhar se educa.
As profundas transformações de cunho político, econômico e social vêm ocorrendo nas últimas décadas do Século XX e princípio do Século XXI e na internacionalização do capital se fundamenta a reestruturação nas formas produtivas. Nesse contexto a idealização de nova educação profissional se firma. Uma educação que eduque não só para o mundo do trabalho, mas também para exercício da cidadania. A metodologia a ser aplicada na formação educacional do futuro profissional precisa se apoiar nas Tecnologias da Informação e Comunicação de modo que este aprenda a lidar com a Natureza, que se conscientize com sua responsabilidade solidária com a sustentabilidade, que analise os impactos ambientais benéficos ou maléficos, que proponha alternativas tecnológicas sociais viáveis de aplicabilidade nas comunidades locais e regionais.
O MEC visando prestar auxílio na implantação de uma nova proposta de Ensino Médio editou o Documento Base intitulado “Educação Profissional Técnica de nível Médio Integrada ao Ensino Médio” (2007) e com base nesse documento as entidades estatais elaboraram suas diretrizes fundamentadas na LDB/96 que teve os capítulos e seções dedicadas ao Ensino Profissional modificados pelo Decreto 5154/2004.  Anteriormente, pensando apenas em atender  Educação Profissional Técnica desvinculando-a do Ensino Médio, assim ficou dissociada a formação geral da profissional. Entretanto, buscando promover correções a esse modelo educacional, Lula fez propostas nesse sentido:
                                   [...] uma das mais relevantes, em razão do seu fundamento político e por se tratar de um compromisso assumido com a sociedade na proposta de governo, foi a revogação do decreto n. 2.208/97, restabelecendo-se a possibilidade de integração curricular dos ensinos médio e técnico. (FRIGOTTO, CIAVATTA E RAMOS, 2005).
                            Assim o decreto 5.154/2004 retorna o vínculo entre o trabalho e educação buscando superar a dualidade presente entre formação específica e formação geral (BRASIL, MEC, 2007).

BRASIL, MEC. Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino médio. Documento base. Brasília, 2006)

Sentido do Trabalho

 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Especialização em Metodologia de Ensino para a Educação Profissional



Aparecida Gardênia Morais de Oliveira
Erleide Cunha Morais
Maria Aparecida Menezes do Rego
Márcia Oliveira Meira Silva
Rita Paixão Defensor Menezes Rêgo





O SENTIDO DO TRABALHO














BARREIRAS-BA
2013
 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL
Especialização em Metodologia de Ensino para a Educação Profissional



Aparecida Gardênia Morais de Oliveira
Erleide Cunha Morais
Maria Aparecida Menezes do Rego
Márcia Oliveira Meira Silva
Rita Paixão Defensor Menezes Rêgo



O SENTIDO DO TRABALHO




Produção textual apresentada à      Unidade Formativa I como objeto de avaliação para o Módulo Educação e Trabalho, solicitada pelo Dr. Jorge Luiz B. Ribeiro.















BARREIRAS-BA
2013
Introdução


Ao se investigar o sentido do trabalho, no contexto da Educação Profissional voltada para a cidadania, é necessário um retorno às suas origens quando o homem trabalhava de forma conjunta com seus pares. A partir dessa forma primitiva de se educar, trabalhar e educar, transformações ocorreram na sociedade e, em consequência, nos processos, divisões e formas de compartilhar as ações produtivas. Com a divisão de classes, surgindo as primeiras formas do capitalismo, os homens passaram a compor, por um lado,  o grupo dos proprietários e por outro, o grupo dos desafortunados que nada possuíam além de sua energia potencial a ser vendida para sua sobrevivência. Com o advento das grandes revoluções, a exemplo da Francesa e da Industrial, os meios produtivos foram evoluindo e as relações de trabalho tornando-se mais precárias, em virtude da exploração da mão de obra. Nesse ínterim, a educação formal para o trabalho se resumia às escolas dos artífices cujos mestres ensinavam o ofício aos aprendizes e lhes recompensava com casa e comida. A escola formal era destinada aos membros da elite que se instruíam para serem gestores e/ou intelectuais. No início do Século XX o modelo de organização do trabalho implantado nas indústrias Ford, com base nos princípios de Taylor caracterizou um dos momentos das lutas de classe.  Com a crise na década de 70, novas formas de produção tiveram que ser buscadas e novos perfis dos trabalhadores que a partir de então necessitavam ser polivalentes e não mais um autômato nas linhas de produção fordista. A crise do petróleo e das contradições próprias do capitalismo afetaram o mundo inteiro e o mesmo ocorreu no Japão, cuja taxa de crescimento econômico havia caído a nível zero e foram inúmeras empresas que sofreram impactos. Entretanto esse impacto não refletiu da mesma forma na Toyota Motor Company, devido ao modelo idealizado pelo Engenheiro Taiichi Ohno que já o desenvolvia desde o pós II Guerra. O Toyotismo como ficou conhecido o modo de produção japonês, foi idealizado para eliminar totalmente o desperdício e superar o paradigma de produção em massa americano. Esse sistema se fundamentou em dois pilares: o Just-In-Time (JIT) e a autonomização com um toque

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humano (OHNO, 1997).  O Toyotismo influenciou e ainda influencia os modos de produção capitalista, uma vez que novas habilidades são exigidas do profissional que precisa atender de forma polivalente e politécnica ao novo formato empresarial, o capital intelectual recebe novos valores nos ativos das empresas e, nesse contexto a educação profissional assume posição essencial na era do conhecimento. Com a necessidade de suprir as empresas com mão de obra qualificada a educação profissional assumi papel importante, uma vez que a sociedade de consumo contemporânea impõe que tudo circule em sua volta, em especial o trabalho, e considerando a centralidade do trabalho na vida humana e da maneira que este atravessa as expectativas, as necessidades, a identidade e subjetividade do trabalhador, atualmente a formação do trabalhador tem se desenhado numa construção de valores que influenciam os aspectos sociais, culturais, educacionais, políticos e econômicos.  Através de programas estabelecidos via políticas públicas educacionais, tais como Pronatec, medidas educativas baseadas no trabalho como princípio educativo vêm sendo implantadas nas escolas públicas, com objetivo de atender à demanda e assim evitar o total “apagão” por mão de obra qualificada.
O presente texto tem como foco a reflexão sobre o mundo do trabalho na atual conjuntura brasileira de acordo com as novas relações de trabalho casadas com as não tão recentes propostas de educação profissional, perfazendo uma linha da história das relações de trabalho e de educação formal para o trabalho.













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Educação Profissional no Brasil

               O sentido do trabalho para a cidadania apoia-se na premissa da educação como princípio educativo e este considera a premissa de que o trabalho é o meio essencial para apreensão do conhecimento em sua totalidade.
    Nem sempre o trabalho teve essa conotação, de princípio educativo, embora sempre tenha estado atrelado à educação, em face de que o homem, desde os seus primórdios, trabalha e educa e ao trabalhar se educa.
   As profundas transformações de cunho político, econômico e social vêm ocorrendo nas últimas décadas do Século XX e princípio do Século XXI e na internacionalização do capital se fundamenta a reestruturação nas formas produtivas. Nesse contexto a idealização de nova educação profissional se firma. Uma educação que eduque não só para o mundo do trabalho, mas também para exercício da cidadania. A metodologia a ser aplicada na formação educacional do futuro profissional precisa se apoiar nas Tecnologias da Informação e Comunicação de modo que este aprenda a lidar com a Natureza, que se conscientize com sua responsabilidade solidária com a sustentabilidade, que analise os impactos ambientais benéficos ou maléficos, que proponha alternativas tecnológicas sociais viáveis de aplicabilidade nas comunidades locais e regionais.
  O MEC visando prestar auxílio na implantação de uma nova proposta de Ensino Médio editou o Documento Base intitulado “Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio” (2007) e com base nesse documento as entidades estatais elaboraram suas diretrizes fundamentadas na LDB/96 que teve os capítulos e seções dedicadas ao Ensino Profissional modificados pelo Decreto 5154/2004.  Anteriormente, pensando apenas em atender Educação Profissional Técnica desvinculando-a do Ensino Médio, assim ficou dissociada a formação geral da profissional. Entretanto, buscando promover correções a esse modelo educacional, Lula fez propostas nesse sentido:
                                                                      [...] uma das mais relevantes, em razão do seu fundamento político e por se tratar de um compromisso assumido com a sociedade na proposta de governo, foi a revogação do decreto n. 2.208/97, restabelecendo-se a possibilidade de integração curricular dos ensinos médio e técnico. (FRIGOTTO, CIAVATTA E RAMOS, 2005).
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Assim o decreto 5.154/2004 retorna o vínculo entre o trabalho e educação buscando superar a dualidade presente entre formação específica e formação geral (BRASIL, MEC, 2007).         
A educação profissional tem como objetivo habilitar o indivíduo para o exercício da profissão juntamente com a possibilidade de continuar seus estudos numa faculdade, o que deixa claro que a função da educação é possibilitar um ingresso no mundo do trabalho para gerar riquezas e suprir as necessidades que o Brasil apresenta de profissional em várias áreas reduzindo ou eliminando o apagão profissional.
Ao ligar a TV para assistir jornais ou programas educativos o que se nota enfaticamente é a divulgação de que o mercado necessita de profissionais habilitados, o que gera uma grande demanda por cursos técnico-profissionalizantes para suprir as necessidades desse mercado ocioso de profissionais qualificados. Os cursos técnicos de segundo grau – EMI, Subsequente e Proeja- são de longa duração, entre dois e quatro anos o que levou o Governo Federal a criar em 2011 o PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) com cursos de curta duração para estudantes do terceiro ano do ensino propedêutico, sendo assim uma forma rápida de introduzir no mercado profissionais capacitados.
O foco da educação profissional na atualidade não é promover exclusivamente a capacitação profissional, mas sim a união entre a formação propedêutica e profissional, o que confere ao educando um leque a mais de habilidades, competências e possibilidades.
A educação profissional na atualidade não tem mais o objetivo de treinar o homem para exercer uma profissão como algo mecânico, o objetivo hoje é prepará-lo para atuar no mundo do trabalho de maneira integrada, conhecendo os processos produtivos, as relações sociais geradas por esses processos e principalmente sendo agente consciente desses processos.
Nesse contexto a educação profissional deve organizar seu currículo escolar de maneira interdisciplinar com metodologias que proporcionem ao educando sua formação ética, científica, dinâmica, prática e discursiva para a compreensão dos processos sociais e sua posição dentro desses processos.


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O Novo Trabalhador

A nova organização do trabalho não requer um sujeito que esteja qualificado para exercer apenas uma função exclusiva, hoje o trabalhador precisa ter várias habilidades e conhecimentos para se movimentar em vários setores, ou seja, o modelo atual de trabalho requer uma formação ampla do sujeito, com vastos conhecimentos e possibilidades.
Nas últimas décadas, e em especial a partir de 1970 o mundo de uma forma generalizada passou a conviver com uma crise do sistema capitalista de produção. A prosperidade na acumulação de capital, ocorrida nas décadas de 50 e 60, quando o Fordismo e Keynesianismo tiveram seus ápices, começou a sinalizar criticidade em seu panorama e tornaram-se visíveis alguns aspectos denotando tal situação. A exemplo dessa sinalização tivemos: redução no lucro baseado em excesso produtivo; esvaziamento do paradigma de acumulação fordista/taylorista; desvalorização do dólar; crise do  “Estado de Bem-estar Social” (Welfare State); aprofundamento das lutas sociais e o pico com a crise do petróleo; tudo isso intensificou o quadro crítico.
 A crise do petróleo, consequência do aumento de preços do produto autorizado pela OPEP e do embargo árabe às exportações do produto para o ocidente, gerou uma elevação no preço internacional do barril do petróleo e os empresários, donos do capital e meios produtivos, para manter a taxa de lucratividade necessitavam realizar investimentos em máquinas e equipamentos, fato que não gerava mais-valia, diminuindo o lucro. Além disso, a inflação elevava as taxas de juros tornando o dinheiro a ser investido mais oneroso e assim prejudicando o lucro que é a meta do sistema capitalista.
 O capitalismo possui aspectos internos contraditórios que não se superam, pois a taxa de lucro é diretamente dependente do fator de exploração da força de trabalho. Dessa forma, para se obter lucros e mais lucros,  a exploração do trabalho é intensificada. Havendo má distribuição de renda entre os membros da sociedade decorrerá a geração de poupança da “elite” que atrapalha o consumo e em                       consequência  a   produção.   HUBERMAN  se  preocupava com  a  restauração   do

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mercado (por conseguinte, dos lucros) através do aumento do poder aquisitivo das massas. Em contraposição, HAYEK, se preocupava com a restauração do lucro pela redução da capacidade aquisitiva das massas.
 Com a crise estruturada, o intervalo entre 1965 e 1973 evidenciou a impossibilidade e ineficácia do fordismo e keynesianismo em controlar as contradições do capitalismo. Tal incapacidade pode ser traduzida pela rigidez que ocorria no processo produtivo fordista. Com a retração do mercado não havia condições de resistir a produção em massa e rígida do fordismo. Em meio a essa crise estrutural da economia mundial desponta como alternativa de modelo produtivo a adoção do paradigma conhecido como Toyotismo que teve sua origem sócio-histórica no Sistema Toyota tornando-se adequado à nova base técnica da produção capitalista, que ora se vincula à Terceira Revolução industrial exigente de inovadoras condições de concorrência.
 Com o mercado consumidor instável, já não se pode produzir em “massa”, pois não há demanda para estoques altos. O Toyotismo surge com as características da flexibilidade, da inovação, do aproveitamento da subjetividade dos trabalhadores e de sua dimensão intelectual do trabalho que provém do chão da fábrica, que o fordismo desvalorizava como nos diz ANTUNES (1999, p. 206).  Nesse modelo, há a flexibilização nos processos de trabalho e se apoia também na flexibilização dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Dessa forma se promove a acumulação flexível de capital que vai se caracterizando pelo aparecimento de setores produtivos inovados, novas formas de fornecimento de serviços financeiros e elevadas taxas de inovações comercial, tecnológica e organizacional para atender à flexibilização do processo produtivo e uma renovada forma exploradora da força de trabalho.
 Quem é o homem que atua nesse processo produtivo? Durante as grandes revoluções que impactaram a economia mundial e desde que se conhece a educação formal ou não, esta vem se mantendo com um caráter dualista que visa atender à dividida classe social onde estão a elite, dona do capital e os trabalhadores, donos da força de trabalho. À medida que o capitalismo se fortalecia o trabalhador era explorado, sem recompensa salarial e se no fordismo ele desempenhava uma única tarefa, de  forma repetitiva e especializada,  no  toyotismo
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temos o trabalhador polivalente, que desempenha múltiplas tarefas, que são também repetitivas. ALVES (2000,11) chama este panorama de “‘o novo complexo de reestruturação produtiva’ que envolve um sistema de inovações  tecnológico-organizacionais no campo da produção capitalista”. Contudo no toyotismo, para se alcançar alta produtividade e para controle da qualidade do produto durante seu processo produtivo, os empregados se submetem a treinamentos enfatizando a corresponsabilidade entre os membros da equipe.  
 De acordo com HANDFAS (2006, 221), no contexto da reestruturação produtiva e

“Na esteira das transformações ocorridas nos processos de produção, predominou um discurso sobre a urgência na formação de um “novo” tipo de trabalhador, autônomo e coletivo. Esse discurso apresentava como um de seus pressupostos a ideia de que a introdução de novas tecnologias nos processos de produção, assim como suas novas formas de organização, trariam a necessidade de incorporar novos requisitos à formação do trabalhador, promovendo maior qualificação da força de trabalho”.


 As transformações econômicas provocando mudanças nas condições de  produção vão impactar na formação do trabalhador e foram vários os questionamentos postos em discussão, tais como, polivalência, politecnia, competências, qualificação, enfocados sob vários aspectos analíticos. Diante dos avanços tecnológicos surge a necessidade de um trabalhador melhor qualificado, que tenha iniciativa, exponha suas ideias, apresente soluções, que saiba trabalhar em equipe, ou seja, são muitos atributos que deve apresentar para garantir uma posição no mundo do trabalho.   Pastore (1995, 36) já dizia que: “está claro que o mundo do futuro exigirá muita educação e profissionais polivalentes, multifuncionais, alertas, curiosos – pessoas que se comportam como o aluno interessado o tempo todo”.
 Para atender à demanda por mão de obra qualificada o Brasil procura oferecer uma Educação Profissional visando formar um profissional que transite pelas Ciências, Linguagens, Humanidades e suas Tecnologias. Já não se concebe o profissional que tenha apenas habilidades técnicas/tecnológicas, daí sua formação

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requerer uma abordagem humanista que lhe faça reconhecer seu valor de sujeito sócio-histórico e cultural,  apto a participar de forma ativa e crítica na sociedade da qual participa, entendendo que pode e deve transformá-la em benefício coletivo. 
A nova organização do trabalho não requer um sujeito que esteja qualificado para exercer apenas uma função exclusiva, hoje o trabalhador precisa ter várias habilidades e conhecimentos para se movimentar em vários setores, ou seja, o modelo atual de trabalho requer uma formação ampla do sujeito, com vastos conhecimentos e possibilidades.
Considerando a complexidade da realidade em que vivemos quando a globalização passa ser o fenômeno de maior responsabilidade pelas transformações no modo de vida e, em particular, na manutenção da vida, pelo processo de trabalho, desenvolvimento econômico e tecnológico, faz-se necessário compreender os arranjos produtivos locais como novas políticas que favorecem o desenvolvimento do país já que não dá mais para contextualizar as empresas de hoje em setores, complexos industriais e cadeias indústrias, como em tempos remotos.
Assim, é urgente pensar em economia associada ao espaço para compreender as razões do sucesso competitivo de aglomerações de MPEs (Micro e Pequenas Empresas) como o que acontece em algumas regiões de países em desenvolvimento em que agentes econômicos, interagindo entre si, obtêm desempenhos significativos. Logo, com este entendimento há grandes possibilidades de soluções criativas de desenvolvimento sustentável, por meio da articulação, de processo de aprendizado interativo, de inovação, capacitações locais levando em consideração o conhecimento tácito que passa a adquirir significativa importância nestes processos, assim como as instituições e organizações, suas políticas e todo o ambiente sociocultural onde se inserem os agentes econômicos para a promoção de uma dinâmica regional, induzindo à geração de emprego e de renda e, consequentemente a melhoria da qualidade de vida local.
No Brasil, mesmo que a industrialização se caracteriza pela promoção de grandes empresas, tanto nacionais como estrangeiras, são significativas as atividades de empresas de pequeno porte que geram grande parte dos empregos na

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economia nacional e sua promoção seria uma grande saída para o desenvolvimento econômico local ou regional. Neste sentido, não basta perceber a empresa individual, mas também é preciso considerar as relações entre as empresas e entre estas e as demais instituições dentro de um espaço geograficamente definido, levando em conta também as características do meio onde estão inseridas, para que sejam focos de intervenção do Estado na promoção da política industrial e tecnológica adequadas aos avanços necessários da nação.
A importância que se deve dar à territorialidade é compreendê-la na sua forma mais complexa, configurando a abordagem neoshumpeteriana, novo enfoque paradigmático, técnico econômico citadop por Cassiolato e Lastres apud Hanna Arendt  não apenas como recursos naturais vitais escassos e sim como o que extrapola as inovações em computação eletrônica, engenharia de software, sistemas de controles, circuitos integrados e telecomunicações a fim de que haja redução de custos, de armazenamento, processamento, comunicação e disseminação de informação e mudanças nas formas de organização da produção, bem como distribuição e consumo de bens e serviços.
Nesta nova dimensão, os arranjos com inovação organizacional, com redes de empresas e destas com outras organizações viabilizam a equiparação, nas mesmas proporções, a abrangências das redes com a competitividade das empresas e suas organizações.  

Labor, Trabalho e Práxis

Para Hanna Arendt o “labor” é processo biológico necessário para a sobrevivência do indivíduo e da espécie humana. O “trabalho” é atividade de transformar coisas naturais em coisas artificiais, por exemplo, retiramos madeira da árvore para construir casas, camas, armários, objetos em geral. É pertinente dizer que, para a autora, o trabalho não é intrínseco, constitutivo, da espécie humana, em outras palavras, o trabalho não é a essência do homem. O trabalho é uma atividade que o homem impôs à sua própria espécie, ou seja, é  o resultado de um processo cultural. O trabalho não é ontológico como  imaginado por Marx. Por  último  a “ação”
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(práxis). A ação é a necessidade do homem em viver entre  seus semelhantes, sua natureza é eminentemente social. O homem quando nasce precisa de cuidados, precisa aprender e apreender, para sobreviver. Qualquer criança recém-nascida abandonada no mato morrerá em questão de horas. Por isso dizemos que assim como outros animais o homem é um animal doméstico, porque precisa aprender e apreender para sobreviver. A mesma coisa não acontece com aqueles animais que ao nascer já conseguem sobreviver por conta própria, sem ajuda. A qualidade da ação supõe seu caráter social ou como escreve Hannah, sua pluralidade.
Voltando sobre a distinção entre trabalho e labor. O labor é trabalho gasto para produção de alimentos. A força de trabalho é aquilo que o homem possui por natureza, só cessa com a morte. Diferente do produto, a força de trabalho não acaba quando o produto termina de ser produzido. Portanto, a força de trabalho é aquilo que Hannah Arendt entende por “labor”. “O labor não deixa atrás de si vestígio permanente”. Portanto, é o que mantém a saúde do indivíduo. Só assim ele poderá trabalhar. Nesse aspecto o labor é pré-requisito do trabalho. O que quer dizer isso? Não é possível, (dentro dos termos de Arendt), existir trabalho sem labor, ainda que seja possível o inverso. Ao passo que o labor produz a matéria para incorporá-la ao organismo, o trabalho a produz para que esta seja usada na produção de outros objetos e na materialização do abstrato.
Outra distinção entre trabalho e labor consiste em que, enquanto o labor exige o consumo rápido ou imediato, o trabalho não. A lógica do trabalho é a durabilidade dos objetos. Sua durabilidade permite a acumulação e estoque dos objetos. Num mundo onde labor e trabalho se confundem (fazendo com que a lógica capitalista e seus “objetos de consumo” se tornem poderosíssimos) o maior sonho do homem é construir uma techné da práxis, uma ciência política e assim poder prever suas ações e, caso erre (as chances diminuem), poder revertê-las. 



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Conclusão

O homem trabalha para adquirir bens necessários à sua sobrevivência e para satisfazer seus desejos. A história do trabalho é, foi e continua sendo uma luta de classe e de poder, diante desse fato o homem busca se especializar cada vez mais para conquistar seu lugar no mundo do trabalho e consequentemente ter uma posição social o que unido às novas tecnologias e tendências do mercado provocou um “boom” na busca por melhor qualificação profissional tanto por parte do trabalhador quanto por parte do governo e das empresas, visto que o  trabalhador qualificado se tornou  um ativo valiosíssimo  e o governo com o intuito de aumentar a renda familiar e manter a circulação de dinheiro no mercado interno viu na qualificação profissional local uma fonte de progresso econômico e social para o país criando assim projetos e escolas profissionalizantes que suprem a falta de profissional qualificado diminuindo a necessidade de exportação dessa mão de obra.                Essa nova proposta de educação profissional pretende não formar para o exercício da profissão, mas também formar para o pleno exercício da cidadania e progressão nos estudos.











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Referências

ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho: ensaios sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo Editorial, 1999. 
ALVES, Giovanni. Trabalho e mundialização do capital: a nova degradação do trabalho na era da globalização. Londrina: Práxis, 1999. 
ARENDT, Hannah. A Condição Humana. 10º ed. Rio de Janeiro: Ed. Forense Universitária, 2009.
FRIGOTTO, Gaudêncio. Concepções no mundo do trabalho e o ensino médio. In.: FRIGOTTO, Gaudêncio; CIAVATTA Maria; RAMOS, Marise. Ensino Médio Integrado: concepção e contradições. São Paulo: Cortez, 2005.
HANDFAS, Anita. Década de 1990: a reestruturação Produtiva e a educação do trabalhador. IN: FRIGOTTO, Gaudêncio  & CIAVATTA, Maria (Orgs.) A formação do cidadão produtivo – A cultura de mercado no ensino Médio Técnico. Brasília, INEP, 2006.
HAYEK, Frederik A. O caminho da servidão. São Paulo: Instituto Ludwig Von Mises Brasil, 2010. Disponível em http://www.mises.org.br/files/literature/O%20CAMINHO%20DA%20SERVID%C3%83O%20-%20WEB.pdf   acesso em 2/12/2013.
HUBERMAN, Leo. A história da riqueza do homem. RJ: LTC, 1986.
PASTORE, J. O futuro do trabalho no Brasil. Brasília: Em Aberto, ano 15, n. 65.



















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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Trabalhos Acadêmicos!

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Revenge!

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Deduções Lógicas



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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Projetos!

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